quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Por que as mulheres percebem mais cor, diz estudo?

As mulheres têm maior percepção de cores que os homens, indica o estudo dos geneticistas Brian Verrelli e Sarah Tishkoff, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Com base na análise de 236 pessoas de diferentes regiões da Ásia, África e Europa, o trabalho dos dois pesquisadores, publicado no informativo on line da universidade, sugere que um grande número de mulheres enxerga mais cor do que os homens, devido a uma transformação no gene envolvido na percepção da cor vermelha nas células da retina. Homens e mulheres produzem apenas três pigmentos que são responsáveis pela absorção do azul, do verde e do vermelho. A combinação da luz absorvida por esses três pigmentos, chamados genericamente opsinas, proteínas da retina, possibilita a visão colorida em seres humanos. Os genes que trazem as receitas para produzir as opsinas vermelha e verde estão alojados no cromossomo X, que caracteriza o sexo feminino quando ocorre em duplicata (o sexo masculino é definido quando outro cromossomo, o Y, faz par com o X). Mulheres normais, portanto, têm duas cópias de ambos os genes. O que os pesquisadores americanos descobriram foi que em alguns casos a segunda cópia - ou "alelo", como é chamado cientificamente - do gene para o pigmento vermelho foi "convertida" durante a evolução da espécie. "Devido ao fato de existirem várias mutações que permitem à opsina vermelha absorver cor na faixa do vermelho-laranja, algumas mulheres têm tanto um alelo vermelho "normal" em um cromossomo do par X quanto um alelo "vermelho-laranja" alterado no outro", observa Verrelli, que hoje é professor da Universidade do Estado do Arizona. "Essas mulheres podem distinguir melhor as cores na faixa do espectro que vai do vermelho ao laranja", diz o pesquisador. Verrelli e Tishkoff afirmam que o gene da opsina vermelha foi transformado por meio de um mecanismo conhecido como conversão gênica, ainda pouco estudado. Ele entra em cena quando um pedaço de DNA é quebrado durante a duplicação do cromossomo e as enzimas encarregadas de repará-lo não conseguem sozinhas encaixar as "letras" A, T, C e G no lugar certo. "Elas podem simplesmente olhar em volta e achar a coisa mais parecida com o original para encaixar na região danificada", completa Verrelli. No caso do gene estudado por Verrelli e Tishkoff, essa "coisa mais parecida" foram provavelmente pedaços do gene da opsina verde, que mora no mesmo cromossomo. Estudos anteriores mostram que a alteração na seqüência do gene "vermelho" fazem o pigmento absorver luz de uma forma distinta.

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